QUANDO ACABA O CARNAVAL
Quando acaba
a brincadeira
O marido
chega em casa
E a esposa
lhe arrasa
Perguntando
pela feira.
Ele acha que
é brincadeira
Mas ela acha
normal
E assim
aquele casal,
Vai
desgastando o prestígio
E gera mais
um litígio,
QUANDO ACABA
O CARNAVAL.
Por conta da
bebedeira
Um folião
deprimido,
Escuta no pé
do ouvido
A marcha do
Zé Pereira.
Quando chega
quarta feira
Esse Fulano
de Tal,
Já fica
passando mal
Lembrando a
conta do bar,
Sem saber
como pagar
QUANDO ACABA
O CARNAVAL.
Chega um cara
na esquina
De bermuda e
paletó,
Com inhaca de
loló,
Enganchado em
serpentina.
Pega o rumo
da usina
Tombando pra
lateral
E pergunta a
Juvenal
Onde fica a micareta.
Sai igual a carrapeta
QUANDO ACABA
O CARNAVAL.
Um cidadão
ressacado
Com a
fantasia estendida,
Um mal cheiro
de bebida
E perfume
impregnado.
Papel de luz
atrasado,
A conta da
água igual
E até um
quilo de sal
Não há
ninguém que forneça.
É uma dor de
cabeça
QUANDO ACABA
O CARNAVAL.
Uma garota
avançada
Com quinze
anos de idade,
Perde a sua
virgindade
Como se não
fosse nada.
Diz que está
dominada,
Que a parada
é legal,
Que hoje em
dia é natural
Bucho sem ser
esperado
E é esse o
resultado
QUANDO ACABA
O CARNAVAL.
É um garoto
sumido,
É um namoro
acabado,
Um automóvel
amassado
E um marido
traído.
Um cachaceiro
atrevido
Procurando um
sonrisal,
Sem ter mais,
nem um real
E ainda faz
confusão
E termina na
prisão
QUANDO ACABA
O CARNAVAL.
Quem tava na
brincadeira
Achou aquilo
um pecado um pecado,
Vê um homem
maquiado
Por conta da
bebedeira.
Mas quando é
na quarta feira
O cabra cai
na real
E diz para o
pessoal:
- Deus me
livre da folia
Até papa
renuncia
QUANDO ACABA
O CARNAVAL.
Mundim do
Vale arranjou
Uma morena
comprida
Mas não fez a
despedida
Na hora que
viajou.
A morena se
zangou
Foi bater no
Juremal
E lá disse ao
pessoal:
- Só pode ser
um feitiço
Pra Mundim
levar sumiço
QUANDO ACABA
O CARNAVAL.
Mundim do
Vale
V. Alegre – Ce.