O HOMEM DA CALÇA PRETA - Mundim do Vale
No ano de 1970, chegava em Várzea Alegre-Ceará, o terceiro batalhão de engenharia e construção para construir um trecho da rodovia Transamazônica, que ligava a cidade de Lavras da Mangabeira a Farias Brito, passando por Várzea Alegre. Naquele ano a nossa cidade ganhou um impulso na economia, por conta de aluguéis de casas, vendas de bebidas e refeições.
O saudoso Natércio Andrade, além de outras atividades que tinha, montou um pequeno restaurante onde vendia refeições, bebidas e ainda emprestava dinheiro aos funcionários do batalhão cobrando uma pequena taxa de juro.
Natércio tinha como auxiliar a sua dedicada esposa Dona Mocinha. Os funcionários bebiam e fazia as suas refeições e os valores ficavam anotado em uma caderno, para serem pagos no dia do recebimento.
Certo dia Natércio viajou para São Bento da Cruz - Pa, onde tinha negócio com alguns fornecedores de redes. Dona Mocinha ficou no restaurante e o retorno de esposo foi exatamente no dia do pagamento dos funcionários do batalhão. Natércio pediu a esposa o caderno onde estava anotados as contas e começou a conferir os nomes e os valores dos devedores e depois de folhear todo o caderno, chamou a esposa e falou:
- Mocinha. Aqui tem uma conta do homem da calça preta. Como é o nome desse homem?
Dona Mocinha respondeu com todos os argumentos que possuía:
- Sei não Natércio! Eu tava sozinha e ele tomou umas cervejas, depois almoçou, mas na minha agoniação eu terminei esquecendo o nome dele. Como ele estava com uma calça preta eu anotei.
Natércio sem demonstrar nenhum aborrecimento falou:
- Ou Mocinha. E se esse homem trocar a calça, como é que nós vamos receber essa conta?