A RAIVA DELE É DE SOLDADO.
No ano de 1967, o Mestre Pedro Souza foi contratado para tocar um forró no sítio Vara da Prensa ( Hoje Novo Jordão ) Como o sítio tinha a fama de ser violento, o promotor da festa pediu quatro soldados do destacamento de Várzea Alegre – Ceará, para fazer a devida segurança.
O forró acontecia na maior tranquilidade, quando chegou um rapaz, que a segurança não simpatizou, sem muita conversa deram umas pancadas no rapaz e quem mais bateu, foi um policial de nome João. O Moço machucado e desmoralizado, foi até a sua casa, trocou de roupa, botou uma faca na cintura e voltou para o forró, na intenção de aplicar uma vingança.
Na chegada encontrou na portaria justamente o soldado João. O vingador aplicou três facadas tão violentas que o policial já caiu morto. Um outro policial foi chegando, recebeu uma facada na cabeça, que já ficou sem ação. Os outros dois correram por dentro do mato do Novo Jordão até a cidade, deixando uma estrada feita por onde passaram. E o criminoso foragiu-se, sem deixar pistas.
Do dia seguinte ( Um domingo ) Lilazinha promoveu um piquenique numa fazenda do Sr. Mário Leal, que ficava mais-ou-menos próximo ao local onde aconteceu o crime.
Lilazinha convidou a turma da Charanga e as meninas do bloco das Margaridas. Para tocar ela convidou exatamente o Mestre Pedro que ainda não estava refeito do susto da noite anterior.
No piquenique tinha de tudo; Passeios de cavalos, Churrascos, bebidas e o forró tocado pelo melhor forrozeiro da região.
Houve um intervalo para descanso dos tocadores e Pedro foi até um alpendre onde eu estava com; Joemilton. Nilton de Dudu, Reginaldo e Nenem de Chico Francisco. Pedro tomou um refrigerante e depois falou:
- Mas Raimundinho. Ou diferença medonha.
-Eu perguntei:
- O que?
- De tocar para os cabras valentes do Novo Jordão, pra tocar pra vocês.
- Tá certo Pedro. Mas um morador me disse que o cabra que matou João soldado, tá escondido ali no armazém do Sr. Mário Leal.
Pedro respondeu na maior tranquilidade:
- Tem nada não. A RAIVA DELE É DE SOLDADO.
- É mas se chegar um guarda da febre amarela por aqui, vai correr um risco danado.