VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

quarta-feira, 3 de abril de 2013

009 - Do Tempo do Bumba! - Memória Varzealegrense

DIVISÃO  FRATERNAL.

O ano de 1958, foi de uma seca terrível no Ceará. Os leitores sabem as dificuldades que os casais pobres tinham para criarem seus filhos, num tempo em que não havia os benefícios que o governo oferece hoje.
Eu fui testemunha ocular daquela miséria, vendo bem de perto o sufoco que passou meu tio Vicente Piau para alimentar sue filhos, que era seis. Três homens e três mulheres. O caçula deles era Ildefonso que ainda falava trocando as letras. Pinta ele falava punta,
Quinta ele falava qunta e o seu irmão Joaquim que a gente chamava Quinco ele chamava Cunco.
Sempre na hora do almoço a tia Toinha fazia uma divisão fraternal, para que os maiores não deixassem os menores sem o alimento. Cada concha de alimento que ela botava dizia:
- Taqui seu QUINHÃO ! Não deixe ninguém tirar. Mas sempre tinha um mais sabido do que os outros e aproveitava a situação por ser maior.
Um dia estavam todos almoçando na cozinha e o casal almoçava na sala.
De repente um grito de Ildefonso:
- Mãe ! Cunco tá mexendo no meu Cunhão.
Tio Vicente sem lembrar dos trocadilhos do filho gritou de lá:
- Defonso, acabe com esses nomes feios se não você vai almoçar é cinturão.
- Pai. Pois venha pra cá, pra Cunco num mexer mais no meu Cunhão.
Meu tio foi até a cozinha e naquele dia teve um quinhão de peia para Quinco e outro para Ildefonso.   
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