VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

CAUSOS LÁ DE NÓS - Por Mundim do Vale.

A  EXTREMA-UNÇÃO  DE  LILA.

Luís Salviano Macedo ( Lila ) Gostava de dizer que era valente e contava histórias de valentia. Mas todos sabiam que Luís não era muito disposto para bigas.
Certa vez o Padre Antônio Vieira, veio passar um final de semana com os seus pais no Cristo Rei e trouxe com eles um grupo de seminaristas que eram seus alunos.
No sábado à noite vinha uns amigos da carrapateira para visitar o padre e na passagem da Extrema Luís perguntou:
- Pra onde vão?
- Zé de Mariinha respondeu:
- Vamos visitar o padre Vieira lá no Cristo Rei.
- Apois eu vou também.
Chegaram no Cristo Rei conversaram com o padre e os alunos e quando foi por volta das 22:00 Horas o padre entrou com os seminaristas.
Facaram conversando na calçada; Vicente Vieira Lila e os Soares da Carrapateira. Foi naquele momento que Luís se danou a contar as histórias das valentias dele:
- Uma vez eu tava numa bodega lá no São José e tinha uns amargoso dizendo piada cumigo. Eu peguei um facão rabo de galo que tinha detrás do balcão, mas num ficou nem um, correu tudo.
Vicente Vieira disse:
- Luís. Eles correram porque pensavam que tu ia cortar lenha e queria chamar eles para ajudar. Aquilo é o povo mais preguiçoso do mundo.
Outra vez eu tava dento da minha casa na Extrema, já era tarde da noite, quando eu iscutei uns assobí. Aí eu dixe a Ester, aquilo é ladrão. Eu escorei a ispingarda na ginela e gritei:
Tão cum vontade de morrer? Pode vim. Depois que eu falei eu vi dois vuto pulando a cerca e quebrando o mato.
Vicennte falou novamente:
Luís. Aquilo era os cabras do Fundão atrás daquela cabrocha, que trabalha lá em tua casa.
Quando foi uma hora Luís saiu para esvaziar a bexiga e os amigos combinaram com Vicente para fazer um medo a ele.
Um deles falou:
Vicente quando Luís voltar você entrete ele lá po dentro, que nós vamos ficar escondido lá atrás da capela para ver se ele tem coragem de voltar sozinho.
Assim fizeram. Quando Lila retornou um dos amigos pediu água e vicente entrou para pegar, chegando lá ele pediu a dona Senhorinha para servir um prato de coalhada para luís.
Quando o amigo tomou a água vicente disse:
- Luís vá deixar o copo lá na conzinha que a sua tia quer falar com você
Quando Luís voltou que não viu os companheiros já perguntou preocupado:
- Cadê os caba?
- Já foram.
- Foro não qui eles num ia deixar eu voltar sozim.
Mas eles foram, porque deram boa noite e saíram.
Luís começou a ficar aperriado e inventou logo uma dor no peito:
- E agora, Vicente? Eu não posso ir só não, qui dispois da cuiada me deu uma dor no peito e pode ser qui eu sinta alguma coisa no camim.
- Você não tá sentindo nada não,
É porque qualhada de noite dar uma reação mas logo passa.
- Mais eu tou sintindo! Vá logo chamao o pade pra fazer a estremunção qui eu vou morrer.
- Mas ele já está dormindo.
- Apois então vai ser priciso eu durmir por aqui, porque qalquer coisa o pade tá aí pra incumendar a minha alma.
- Não dar certo não Luís. Antônio trouxe esse povo e a casa tá cheia.
- Apois eu vou pegar aquela esteira e me deitar no pé da porta, se eu gritar você venha viu?
Luís já estava gemendo na esteira quando os amigos voltaram. Ele teve uma melhora repentina e disse:
- Eu pensei qui vocês já tinha ido.
Zé de Mariinha falou:
- É nós já ia mesmo, Mas quando chegamos ali na frente tinha uns cabras do Junco puxando fogo e nós achamos melhor voltar, porque se eles quiserem bigar  tem você para enfrentar.
Vicente interrompeu:
- Mas Luís está doente, não pode brigar não.
Luís levantou-se deu um pulo e falou:
- Pois eu já fiquei bom. Mais eu acho mais mior nóis passar o resto da noite aqui na calçada, porque se os caba for inventar de mexer cum nóis, vai ser priciso eu fazer uma besteira.
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