VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Versos da província - Memória Varzealegrense

EU E MINHAS SAUDADES - João Bitu

Eu nasci lá nas Lagoas
Do Coronel Zé Vitorino
No sítio Carnaúbas
Meu paraíso Divino
Nossa casa era ao lado
Do Riacho do Machado
Em clima ameno e junino!

Na frente do casarão
Tinha uma árvore que só
De lembrá-la a emoção
Na garganta dá-me um nó
Meu peito ainda se agita
Com aquela coisa bonita
O frondoso “Pau Mocó”

Bem próximo do quintal
Tinha um pé de sabonete
Que sombreava o curral.
Para o gado em deleite
Onde se via cabisbaixa
Nossa vaca “Ponta Baixa”
Da família – A Mãe de Leite

O Luar das Carnaúbas
É mais belo que o da cidade
Nenhum prédio lhe ofusca
A saudável claridade.
O luar do meu Sertão
Enobrece o coração
E o acalenta de verdade!

Quando chegava o verão
A cultura das sementes
E o transporte do algodão,
Bem no terreiro da frente
Os burros comiam feno:
Veneza, Mimoso e Moreno,
Melão, Dourada e Corrente!

Dessa tropa de animais
Posso esquecer, mas, não quero
De vê-la posta em currais
Sob os cuidados austeros
Porém corretos e ordeiros
Daqueles bravos tropeiros
JOSIAS E ZÉ SEVERO.

A minha humilde infância
Modesta sim, mas querida,
Num clima de tolerância
Sem luxúria foi vivida.
O sertão foi meu berçário
Onde cursei o primário
Com Zely e Margarida!

Não posso esquecer o Lopes
E da manga do Jaburú
Quando tirava a galope
Da cacimba ao Coaçu
E da escola – meu grupinho
Carlos, Lauro de Agostinho,
E Francisca de Pupu!

As quermesses do Juazeirinho
Tradição muito rica
Tinha milho bem verdinho
Muita pamonha e canjica
Na minha infância modesta
Nunca perdi uma festa
Do Velho Miguel Marica

Saudades bem verdadeiras
Daqueles pés de Juá
Que ficavam na ribeira
Nas terras do Jatobá.
Sinto um desejo medonho
De rever IRENE E ANTONIO
SEU MOISÉS, ROSA e o Tiá! 

NENEM DE ZÉ DE ISMAEL
Minha estimada comadre
BAÍA, CHICO E JOEL,
Muito mais do que compadres
Amigos até a morte.
E lá no sítio BOA SORTE
Dona Maria e Zé do Padre!

POMPÍLIO JOSÉ DUÓ
Criado com Zé Vitorino
Era pobre que nem Jó,
Mas decente e muito fino
UM AMIGO DE PRIMEIRA.
E a velha lavadeira
Madalena de Pinino!

Oh que saudades que eu tenho
Da gente lá do meu Centro
Das minhas idas ao engenho
Lá da Lagoa de Dentro
Dos jiraus que se montava
E que Mamãe aguava
“De cebolinha e coentro”!

Lembro a moita das galinhas
As touceiras de gitirana
As grandes safras de pinha
E dos pés de cajarana.
Lembro também no terreiro
De um enorme mamoeiro
De frutos tais mel de cana!

Das matas de marmeleiro
Jurema, sarça e Oití,
Mufumbo branco e pereiro
Mandacaru e Tingui
Malícia e Arapiraca,
Juazeiro e alfavaca
Nada disto há por aqui!

Hoje moro na cidade
Com minha alma dividida
Preso á doce mocidade
Sem poder mudar de vida
Por mais que ame o Sertão
É aqui que ganho o pão
-Apesar da vida sofrida!...

João Bitu.

3 comentários:

  1. Sou muito grato pela publicação de meu trabalho neste conceituado "BLOGGER" , com a nítida sernsação de haver sido contemplado com uma placa condecorativa. Ponho-me ao dispor dos amáveis companheiros,
    João Bitu

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