VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

004 - Chico Cego - Memória Varzealegrense


Vamos lembrar o Chico Cego, o inofensivo tocador de pífano que, ás quintas-feiras, vinha à rua visitar seus benfeitores, arrecadar as despesas da semana, soltar ao vento suas melodias tristes. Morava lá para os lados da Lagoa dos patos, maquela época, uma lonjura da rua, principalmente, para um pobre privado da visão, enfrentando buracos, somando topadas.  No reduzido conjunto de casinhas tão pobres quanto a sua, Chico Cego era a alegria dos tristes.... Quando aparecia na rua, soltando suas melodias, era o encanto de suas fãs, as mocinhas Ambrosina, Metilde, Dosa, Clarinha, Santa Correia e outras que já o esperavam.

Um dia para tristeza de suas admiradoras, surgiu o Chico, coração e faces enlutadas, sem o pífano amigo, companheiro de sua desventura. Perdeu? Quebrou? Que foi que houve? E Chico confessou, com resignação e magoa, que distinta dama, chateada com sua musica, ditatorialmente, mandou tomar seu instrumento e quebra-lo.

O Cel José Correia, que não gostava de abusos e, talvez, nem fosse muito devoto de musica, mandou comprar um pífano novinho, em Crato, e o ofereceu ao Chico, recomendando-lhe que tocasse onde, quando e quanto quisesse. 

E o Chico saiu cantando:

Vou partir, vou deixar-te, brevemente,
Com esperança de um dia te encontrar.
Só te peço que de mim nunca te esqueças,
Que eu de ti sempre hei de me "alembrá".

2 comentários:

  1. Memória curta ou nenhuma, assim podemos considerar a várzea de todos os alegres.

    Neste pequeno texto fala-se com muita propriedade do Coronel José Correia, o homem mais rico da época e, do Chico Cego e sua pobreza franciscana.

    O tempo tratou de esquecer os dois. Não se fala em nenhum. Nem em quem fez a oferta nem em quem recebeu o pífano.

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