Antonio Morais, José Clementino e Pedro de Sousa |
A festa era no Riacho Verde. Um são João daqueles animados, bem porreta. Pedro Sousa tocava um forró assemelhado ao Pé de Serra Gonzaguiano quando de repente se achega ao local Mundoca Jucá e uma turma de capangas. Na mesa do Mundoca, uns bebiam cerveja, outros tomavam pinga e, deste momento em diante, todos os presentes, ficaram de orelha em pé. Determinada hora, um dos cabras do Mundoca se dirigiu ao tocador e disse abusado: Seu Mundoca mandou dizer que toque "O Veio". Pedro confirmou com a cabeça, mas ficou se cagando de medo, não sabia que musica era essa, não conhecia e, com Mundoca não tinha munganga nem queré quequé, sua palavra era a ultima.
Pouco tempo depois o mesmo caboclo veio novamente no pé-duvido do Pedro e disse: Seu mundoca mandou perguntar se voce não vai tocar o Veio? Pedro sentiu um frivião subindo dos pés, mas não tinha como atender não sabia que diabo de musica era aquela.
Na terceira e ultima vez, o caboclo já tomou chegada como um respeitavel aluno de Lampião: seu Mundoca mandou perguntar se vai ser preciso ele vi pedir para voce tocar "O Veio". Pedro tremeu como vara verde, mas teve a feliz ideia de perguntar: Meu amigo, pelo o amor de Deus, que musica é esta? Não toquei ainda porque não a conheço. O caboclo se empertigou, estufou o peito, gentilmente lascou: "Quando eu queria correr, o Veio já tinha chegado"!
Aliviado Pedro tocou "No Jardim do Amor" e todos se salvaram.