Introdução.
Apesar de ser um tema enjoado, cheio de paixões, emoções, tricas e futricas, que poucas pessoas se atrevem a comentar, a partir de então, vou escrever sobre "Politica varzealegrense", com um divisor: Antes e depois de 1962. Porque esta data limite? Porque depois deste tempo as brasas ainda estão acesas e o fogo pode rebentar. Nesta data, 1962, os "Correias" perderam a hegemonia politica que detinham desde a fundação do município em 10 de Outubro de 1870.
Necessariamente não carece ser um historiador, um estudioso do tema, basta ser um observador da historia. E, no que se refere a politica antiga de Várzea-Alegre eu conheço um pouco. Posso afirmar, sem medo de errar, que agora como dantes, não tem santo nessa historia.
Há vinte e cinco anos fui convidado por dois amigos para me filiar a um partido politico. Para atendê-los, filiei-me ao famigerado PDS, partido que, no passado, deu sustentação a ditadura militar, presidido pelo "Honorário Sarney, conforme Palmério Dória - no seu livro "Honorários Bandidos".
Numa convenção do partido, os dois amigos, sem que me vissem por perto, conversavam. Um deles disse para o outro: você não acha o Antônio Morais muito rebelde para fazer parte do diretório do partido? No que o outro respondeu: bota ele na vice, o vice não tem nenhum poder, não serve pra nada, não tenha medo, não se preocupes com esse detalhe.
Eu ouvi calado, calado fiquei, mas, daquele dia em diante fiquei certo que vice nada vale, especialmente quando o vice nasce para abortar uma possível candidatura a titular, eliminando estrategicamente um concorrente.
Assim, começarei os meus relatos com o maior líder politico da historia de Várzea-Alegre, em todos os tempos: o Coronel Antônio Correia Lima que como Borges de Medeiro, no Rio Grande do Sul, foi prefeito de nossa terra quantas vezes quis.
Da fundação do Município até 1892 foi um período de anarquia, um sobe e desce de intendentes e nomeações autoritárias. Poucos registros existem a respeito.
Veremos de 1892 em diante, com Zezinho Bilé do Coité, prefeito de 1892 a 1912, 20 anos de mandato com a permissão dos Correias. É Claro.