A ESTRELA DO SERTÃO - Mundim do Vale
Olha a Estrela Reluzente
Segurando uma vassoura,
Nossa nobre escritora
Vai já varrer o batente.
O seu sorriso envolvente
Vai de encontro a moreninha,
Que vê naquela casinha
Um estado bem precário.
Mas tem o belo cenário
Dos pintos com a galinha.
Bem do lado da calçada
Tem um pé de peão roxo,
No terreiro tem um coxo
Com milho pra bicharada.
Tem uma escada deitada
Na parede do oitão,
No armador um gibão
Perneira e chapeu de couro,
Pra derubada de touro
Para amarrar no mourão.
Uma casinha singela
Desprovida de riqueza,
Mas o dono tem certeza
Que Jesus havita nela.
Sobre a mesa uma tigela
Com mel de italiana
E uma touceira de cana
Do lado de uma latada.
Uma costela salgada
Para comer na semana.
A Estrela anuncia
O alegria que estava,
Aquele saco de fava
Foi dado de cortesia.
Mas a Claud não sabia
Que conforme a medicina,
A fava tem vitamina
Mas a saúde revela;
Tem que comer com cautela
Se não você empanzina.
A Estrela bilhou na França
Local da origem Borís,
Vem guardando de Paris
A mais segura lembrança.
Na serra ainda criança
Conviveu com o peão,
Com a cabocla do pilão
Com arupemba e cabaça.
E o Brasil ganhou a graça
A ESTRELA DO SERTÃO.
Mundim do Vale.