A LETRA Z
Meu avô Natércio Vicente de Andrade teve pouco estudo formal. Isto, no entanto, nunca impediu que ele se tornasse uma pessoa sábia.
Quando criança morava no interior da Paraíba e escola era artigo raro e para poucos.
Pouco depois, ainda com 13 anos, mas já arrimo de família, precisou trabalhar vendendo redes de São Bento-PB.
A pouca formação que recebeu veio de professores que eram contratados pelos pais, e que apesar de valorizados e bem tratados, ficavam no sítio somente o tempo necessário para repassar as lições da cartilha pela qual se responsabilizara: “Ivo viu a uva” e pra ser feliz.
Um desses professores chegou até a letra X, e mesmo faltando ainda na cartilha, a letra Z e as na época ainda não incorporadas ao nosso alfabeto: K, Y e W; alegou banzo, um tipo de saudade incontrolável de sua casa em Cajazeiras e resolveu dar por encerrado o ano letivo.
O pequeno Natércio(que depois cresceu em estatura, sabedoria e graça) questionou:
- Mas professor, ainda falta estas letras aqui. E o senhor já quer ir “simbora”.
O professor retrucou, demonstrando que não iria ceder aos apelos da criança:
- Ora Natercinho, o “zê”, quase tu num vai precisar; e o “cá”, o “vedabliu” e o “Ipsilone”, tu num vai nem pro estrangeiro!
Colaboração de Alex Josberto Andrade Sampaio
kkkkkkkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirMtas histórias engraçadas tinha o meu querido e sudoso, pai.. emtos ensinamentos tbém..saudades!!
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