CAFÉ COM COALHADA
Meu avô Natércio todo dia, antes das 5 da manhã, saia de casa para abrir sua bodega no mercado municipal em Várzea Alegre.
Despachava os fregueses madrugadores e por volta das 7 e meia, pedia ao amigo Duda, dono da bodega vizinha para pastorar seu comércio, enquanto voltava para merendar em casa.
Lá chegando Dona Mocinha, já estava com o café quentinho, bolo fofo, cuscuz com leite, tapioca com nata e um pãozinho novo da panificadora central.
Certo dia após tomar café, pediu à querida companheira que pegasse aquela coalhada guardada, e só esperando por ele, na cristaleira.
Mocinha, sempre muito zelosa, admoesta o marido:
- Mas Natércio, tu acabou de tomar café preto, faz mal comer coalhada!
Sempre espirituoso, seu Natércio faz o sinal de silêncio para a esposa:
- Fala baixo, Mocinha que a coalhada não precisa saber que eu tomei café!
Colaboração de Alex Josberto Andrade Sampaio