A BENÇA
PAI!
Antônio
de Bezinha estava no estado de São Paulo e um certo dias resolveu telefonar
para os pais, em Várzea Alegre-Ceará. Pegou um cartão, dirigiu-se para um
orelhão
E discou.
O seu pai Manoel um tanto brincalhão atendeu e deu-se o diálogo seguinte…
Manoel:
-
Alô!
Antônio:
-
Quem tá falando?
Manoel:
- É
nóis dois!
Antônio:
- Eu
quero saber é quem é que está do outro lado?
Manoel:
-
Quem tá do ôto lado da rua é o gato de Belizária de Joaquim Fiúsa.
Antônio:
- Deixe
pra lá. Aqui é seu filho Antônio. Bença pai!
Manoel:
-
Aqui é seu pai Mané. Deu abençoi!
Antônio:
-
Cadê mãe?
Manoel:
- Tá
fiando lá no no corredor.
Antônio:
-
Pois chame ela.
Manoel
querendo fazer uma surpresa para a esposa, disse que um homem queria falar com
ele mais não disse que era o seu filho. Bezinha demorou um pouco e Antônio
perguntou:
-
Cadê mãe pai? Ela vai atender ou não vai?
Manoel:
-
Ela vai já. É pruque eu dixe a ela qui tinha um ome querendo falar cum ela e cuma
ela tava disprivinida, vortou prumode se compor.
Antônio:
-
Pois diga a ela que aví logo que o meu cartão tá já zerando.
Quando
Bezinha atendeu não tinha mais ninguém na linha. Ela falou séria para Manoel:
- Cadê
o omi qui tu dixe qui quiria falar.
-
Era ontõe. Mais tu custou e ele disligou.
-
Quando eu tou acupada num gosto dessas suas gracinhas não. Omi disacupado dento
de casa,só presta se foi dibacho de pêa.
Mundim do Vale, quantos causos, heim? Trancoso andou foi longe.
ResponderExcluirGostei do seu texto com o filho de seu Chiquinho de Louso e dona Maria Dalva. Quem não deve ter gostado muito foi o Dr. Osvaldo Cruz e o Patativa do Assaré. No além...
Eu estou sentindo falta das nossas pelejas. Mas eu entendo isso é coisa de quem anda muito ocupado com a medicina e a literatura.
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