VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

domingo, 25 de agosto de 2013

A prosa dos compadres - Memória varzealegrense

PROSA  DE  COMPADRES - MUNDIM DO VALE

Chico Bento:

Buá noite cumpade Zé
Cuma vai cumade Bia?
Onde anda a tua fia
Qui morava im Canindé?
Já se casou cum Mané
Ou ainda tá sortêra?
Eu arrumei im Portêra
Um trabai pela fazê.
Mais ela tem qui aprendê
Cua as ôta muié rendêra.

Zé Rubão:

Meu cumpade, minha Bia
Só veve agora é doente,
É friêra, é dô de dente
Diarréa e agonia.
A minha fia Luzia
Num tá sirvindo pra nada,
Já tá inté imbuchada
Dum vendeão de panela.
O bucho tá na guela
E o vendeão num dá nada.

Chico Bento:

Cumpade cadê Orlando
Quie era meu afiado?
Prudonde ele tem andado
Ainda tá istudando?
Ou num tá nem trabaiando?
Sele quiser um trabai
Eu arrumo um quebra gái
Pele trabaiar na fêra,
Só pra vendê macachêra
Pimenta, cebola e ái.

Zé Rubão.

Cumpade, seu afiado
É uma coisa sem lei,
Tá bulindo no alei
Robando e dando coidado.
Isturdia o delegado
Butô ele na cadêa,
Ele levô tanta pêa
Qui foi pru pronto-socorro.
Quando eu oiei quage morro
Nunca ví coisa tão fêa.

Chico Bento:

E seu sogro Juvená
Miorô do coração?
Já vortô pru Riachão
Ô inda tá no hospitá?
Já tá pudendo falá
Comê, mijá e bebê?
Num dêxe o veim morrê.
Prua falta de assistença.
Qui ele ainda tem vivença
Prumode dá e vendê.

Zé Rubão:

Cumpade, o véi Juvená
Já tá pra lá do além,
E a véa dele tombém
Já tá pras banda de lá.
Nóis num pudemo pagá
Aquela despeza cara,
Pruque o pau de arara
Num tem uma renda boa.
Aí só deu prus coroa
Qui intregaro o couro as vara.

Chico Bento:

Cumpade e a miunçada
Tá na creche do estado?
Eles tão alimentado
Ou é cunveça fiada?
Dizem qui num  farta nada
Qui serve café cum pão,
Mei dia carne e feijão
E merenda duas hora.
De noite vem sem demora
A sôpa de macarrão.

Zé Rubão:

Meu cumpade, a mininada
De dia é jogando bola
De noite cherando cola
E drumindo nas calçada.
A creche é só de fachada
 A merenda iscafedeu,
Creche pra minino meu
Num tem vaga pra ficá.
E a tá merenda iscolá
Um diputado cumeu.

Chico Bento:

Cumpade e o viriadô
Qui você tinha votado?
Vá cassar o condenado
E diga Cuma ficô.
Peça a ele prefessô
Peça tombém punição,
Pru diputado ladrão
Nunca mais querê robá.
Se qué merenda iscolá
Vá merendá na prisão.

Zé Rubão:

Chico Bento, eu fui atráis
Mais num decharo eu falá,
Mais quando eles torná
Eu mermo num voto mais.
Quando é prus rico eles fáis
E pra nóis pobe é negado,
Mais voto num é maicado
Já tumei a dicisão.
Quando for na inleição
Meu tito vai tá rasgado.

Mundim  do  vale
V. Alegre- Ceará.
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