Eu estou pensado exatamente na rua dos Perus na cidade de Várzea Alegre, eu acho que rua Dr. Leandro correia, era uma fatia da cidade que eu amanhecia e anoitecia fazendo as coisas que mais gostava,me divertia,trabalhava e aproveitava minha infância.
Pela manhã a primeira parada era na padaria de Joaquim Beato, o maior fabricante de massas fina da terrinha, eu pegava encomenda de pães e também fazia entrega que meu amigo Joaquim pedia, sem falar o que eu comia de pão BOM, ele gosta de mim.
Segunda parada Zequinha , ferreiro do bom , tinha um filho que era muito meu amigo, e eu até ajudava puxando o fole, pois adorava ver a batida do martelo e o formato das peças, ele era um ferreiro artista.
Mais adiante tinha o paiol de rapadura de André Costa, vizinho a seu Zé Peru, eu comprava rapadura a ele e quando a feira era ruim a sobra eu guardava rapadura la também , pois era bem quentinho e não melava, e ele me dava uma cópia da chave, e em frente morava NICÁRCIA uma amiga que era como se fosse uma mãe, eu adorava ela, ela era meiga e também gostava muito de mim.
A próxima parada era ajudar e atrapalhar meu amigo Zé Manga Mucha, no fabrico de ZINEBRA, VINAGRE e outros produtos, eu me lembro Zé com aquela tranquilidade, coando ,engarrafando e rotulando os produtos, e eu ajudando e contando piadas que ele nunca ria, mas eu gostava muito dele, era meu chapa.
Saindo do meu amigo Zé Manga mucha eu seguia mais poucos metros na esquina em um prédio de Dirceu Pimpim, encontrava meu amigo Chico Carrim, confeccionando material explosivos, traques,rasga latas ,bombas de parede etc, não precisava nem pedir ajuda,eu já estava dentro,menino adora explosivos e Chico além de simpático, aqui pra nós ,cantava Augusto Calheiro numa perfeição que só vendo, "ANDEI TRISTONHO E SOLITÁRIO...", era meu amigo CHICO CARRIM.
Pronto, ai chegava no oitão da casa de Antonio Costa, meu chefe, meu amigo, meu parceiro, ele gosta muito de mim pois eu era forte, honesto e esperto, ele tinha uns animais muito bons, depois que seu Abel enchia seus potes, e da casa de Rosa Amélia os animais eram meus, eu enchia os potes la de casa, ia pegar banana na Cachoeira, etc.
Ele tinha um roçado logo ali perto de sua casa, a fartura e milho, feijão e tomates e outras verduras era fora do comum. Nas horas de folga ele tinha uma radiola PHILIPS, colocava no jardim ,colocava um disco de Luiz Gonzaga, e tome baião, tinha uma música que nós ouvimos uma 1.800 vezes,"CHAPÉU DE ARROZ DOCE, FORRADO COM TAPIOCA", e eu era de casa, pois fui criado dentro de sua casa, gostava de todos e todos gostava de mim, Humberto colocava um comércio eu tava dentro,eita que saudades.
Uma vez Dona Maria Amelia, chega pra Costa Neto,ele ainda pequeno e conversando, pensando que ele não estava nem ouvindo," Costa vá na igreja e peça a São Raimundo Nonato e a São Vicente, que dê saúde a Antonio, ilumine a mente de Humberto e traga felicidade pra toda nossa família, etc, etc,"... Costa desaparece, e Dona Maria Amélia, "cadê Costa, onde anda Costa", quando da fé la vem Costa com a cara de choro,"ou, vó, vó, mande Gorete da esse recado que eu não sei não".
A secretaria da casa de Antonio Costa era Tereza, gente fina, quando estive em Várzea Alegre a ultima vez encontrei com ela, muito nova ainda. Tinha uma música de Caubi Peixoto que Tereza tinha uma versão muito especial, ela cantava assim.
Senhor,
Aqui estou eu de pé junto,
Trazendo os olhos encarnados
De chorar por um difundo
Senhor por um erro de momento
Escanchado no jumento
Pra ir para sentinela
Senhor
Eu gostava tanto dela
mas não sabia que ela
Se chamava Gabriela.
Eita!!!
Dalmir.
Prezado DALMIR, muito interessante e "valiosa" essa sua história que traz no enredo boas lembranças, notáveis recordações em sentimentos infanto-juvenis carregados de amizade, admiração, respeito, carinho, sabedoria, lembrando pessoas especiais que estiveram no seu caminho em épocas passadas. Muito importante esse relato para o "MEMÓRIA".São momentos marcantes que devem ser guardados. PARABÉNS...!!!
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