TÁ ÀS
ORDENS.
Trío
Maravilha, foi o apelido certo que Punduru encontrou para colocar nos nossos conterrâneos
Fúlvio Rolim, Régis Teixeira e Elano Sátiro. Oe três só andavam juntos. Era um
por todos e todos por um.
Dos
três o que tinha melhor situação finaceira era Fúlvio. Ele possuia uma
bicicleta Monark e um carneiro impestado de carrapichos. Um certo dia Fúlvio
vendeu a bicicleta e o carneiro e com o dinheiro apurado comprou um Fiat uno de
cor vermelha.
Hudson
Batista assim que viu o carro batizou logo de Trovão Vermelho.
CONDIÇÕS TÉCNICA
DO VEÍCULO:
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O freio era precário e não tinha buzina quando trafegavam numa rua de muito
movimento de pedestres, Régis gritava:
-
Arreeeeda. Mói de chifre!
Elano
sátiro para auxiliar na buzina dava umas pancadas na lateral do carro.
.
O tanque de combustível, da metade pra cima era só ferrujem porque a gasolina
nunca chegou até lá. Teve uma vez que Fúlvio arrancou dois pés de feijão que nasceu
lá.
.
Só trafegavam de dia porque os faróis e as lanternas não acendiam. Segundo
Hudson Batista a única lâmpada que vivia acesa era aquela de alerta do
combustível, porque nos cinco anos que Fúlvio passou com o Trovão Vermelho, a
lâmpada nunca apagou-se.
DOCUMENTAÇÃO DO
VEÍCULO:
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O único documento que o carro possuia era um recibo de venda feito em papel de
caderno e assinado por Gustavo Correia.
DOCUMENTAÇÃO DO
CONDUTOR:
.
O documento que Fulvio tinha era uma xerox do registro civil tirado no cartório
de Zé Guedes no São. Caetano.
Uma
vez o trío resolveu passear e foi feito uma vaquinha para abastecer o carro que
rendeu três cruzados novos. Seguiram para o posto mas quando faltava 500 metros
a gasolina acabou. Fúlvio mandou Elano chamar um dos frentistas para ajudar a
empurrar o carro até o posto. Na chegada da bomba o condutor botou a mão no
bolso e falou para o frentista que já tinha empurrado o carro:
-
Bote três cruzados novos.
O
frentista patinava na geléia, mas também era gozador, meteu a mão no bolso e
falou:
-
Eu vou botar dois cruzados do meu para completar cinco, que eu não tou apariado
a empurrar mais carro de liso não.
Terminado
o abastecimento o frentista entregou a chave e perguntou com ironia:
-
Vão viajar?
Régis
respondeu o insulto.
-
Porque você não vai tomar no caneco?
A
bichinha botou as mãos nos quartos, deu duas volta no corpo sem tirar os pés do
chão e respo0ndeu:
-
Há, meu filho. Dá eu não dou não, porque não quero ficar sem ele. Mas se quiser
emprestado, TÁ ÀS ORDENS.