VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

José de Mariana, o varzealegrense que rodeou o mar!



Mariana Alves Bezerra, era irmã do meu avô Pedro Alves Bezerra, Pedro André. Casada com José, conhecido por José de Mariana. Depois dos 50 anos nos costados, Mariana começou a ficar sovina e, numa madrugada qualquer José teve uma raiva condenada dela e se danou no mundo. Durante muitos anos não se teve noticia do homem. Ele era artesão, fazia tabaqueiro, um artefato de chifre de boi que colocavam algodão e, com o atrito de um esmeril numa pedra a faísca o acendia e se podia acender cigarros e outras utensílios. Nestes seus artefatos ele colocava uma marca, um sinal, tornando-o diferenciado dos outros e muito conhecido.

Um dia, um varzealegrense passava por uma cidade do Maranhão, Barão de Grajaú, e viu um garoto vendendo uns tabaqueiros com a marca denunciada. Perguntou para o meninote onde se podia encontrar o artesão e o garoto indicou o local.

Encontrou-o numa cabana improvisada com  palhas, debaixo de umas palmeiras de coco babaçu. O Zé de Mariana lixando uns chifres para fazer seus artesanatos e uma mulata sentada no chão quebrando  amêndoas de coco babaçu, e, um pouco afastado, numa trempe, uma panela preparando o feijão do almoço.

Compadre! Como é que você abandonou sua propriedade, seus bens, sua família para viver nestas condições? José de Mariana respondeu assustado: a única coisa que espero e quero é que você não diga a ninguém que me viu aqui!

Chegando a Várzea-Alegre, não se conteve e contou a família. Dois dos filhos convidaram o padre da cidade e rumaram para o Maranhão à procura do pai. Encontraram o mesmo cenário. O Padre tomou a palavra e, largou conselho, enquanto José nem dava por ela, continuava lixando os chifres e a mulata quebrava os cocos. A certa altura o padre disse para os irmãos: Não tem jeito, uma coisa dessas só pode ser mesmo um feitiço! A mulata se aborreceu com a historia, se aluiu do chão, colocou a mão em cima do "possuído" e lascou: E o feitiço está aqui seu padre!

Os filhos voltaram para Várzea-Alegre e Zé de Mariana tomou rumo ignorado. Não se teve mais noticias. Dele ficou apenas a historia.

Em Várzea-Alegre, quando uma mulher começa com lera, o marido costuma dizer: Olhe, você deixe de moca se não eu faço como Zé de Mariana. Mas, quando perguntavam a Mariana por José ela respondia: José está "rodiando" o mar.


(A.M)

Um comentário:

  1. Essa nossa Várzea Alegre é cheia de histórias, cada uma melhor do que a outra.

    Muito bom este Blog.

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