VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

terça-feira, 21 de maio de 2013

Manuel Batista Vieira - Memória Varzealegrense


A história a seguir foi narrada pelo primo e cunhado Humberto Esmeraldo Cabral e confirmada pelo filho do Professor Vieirinha, o médico José Flávio Pinheiro Vieira.

Para o professor Vieira, homem afeito às coisas do sertão, acostumar-se a viver numa grande cidade foi uma dificuldade indescritível. Sua vida ali, no meio de tantos rostos estranhos, fazia com que para ele, os dias se arrastassem como se fossem séculos. Até que um dia, viu um aviso para seleção de professor de português para um colégio da rede pública. Após muito matutar, e incentivado pelo amigo Monsenhor Rubens Lócio, resolveu se inscrever. Ao chegar à mesa de inscrição, a funcionária perguntou de onde ele era e se possuía experiência como professor. 

Ele mostrou toda a documentação comprobatória, afirmando que era cearense de Várzea Alegre e lecionara por alguns anos nos colégios do Crato, conforme ela poderia observar em sua documentação. Ao verificar que ele era do interior cearense, a funcionária encheu-se de superioridade e desejando intimidá-lo perguntou: “O senhor vai ter coragem de se inscrever? Aqui só tem cobra!” E o professor Vieirinha respondeu: “É moça, não custa nada “os minhocas” enfrentarem ‘os cobras’.” As palavras daquela funcionaria encheram de brios o professor Vieira, que fez uma revisão apurada de todo latim e português, que havia aprendido em anos de estudos no Seminário do Crato e no Seminário Maior de Fortaleza, onde concluíra teologia.

Após prestar as provas exigidas pelo concurso, no dia marcado para divulgação do resultado, o professor Vieira voltou ao local onde fizera a inscrição e procurou a mesma funcionária. Ela começou a consultar a lista dos aprovados, procurando encontrar o nome dele de baixo para cima. E ele observava: “Olhe mais em cima, moça”. E ela continuava olhando os nomes em ordem decrescente. 

Quando já percorria a metade da folha, ela lhe disse: “É, parece que o senhor não passou!” E o nosso Vieirinha insistia: “Mas moça, olhe mais em cima, por favor. Bem mais em cima!” Ela, a contragosto, obedeceu, até que chegou ao topo da lista. E tomada de grande surpresa, exclamou: “Puxa! O senhor foi aprovado em primeiro lugar!” E nosso Vieirinha com a humildade e misto de bom humor que lhe eram característicos, perguntou: “Moça, e os cobras onde estão?”.

José Flávio Pinheiro Vieira

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