VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

VERSOS LÁ DE NÓS - Por Mundim do Vale.

O  RIACHO  DO  MACHADO
                                                         
Isso é memória 

Nesse verso eu vou falar
De uma rara beleza
Um rio do meu lugar
Bonito por natureza.
Tem a forma de serpente
Quando desce com a enchente
O vale fica molhado.
Quem esse verso escutar,
Já pode até apostar
NO  RIACHO  DO  MACHADO.

Nasce lá no Mameluco
Mas não fica em seu lugar
Vai fazendo vuco-vuco
Com vontade de chegar.
Quando ele está mais sereno
Desce aguando o terreno
Deixando o vale alagado.
Mas quando fica nervoso,
Se o cabra for medroso
NÃ ATRAVESSA O MACHADO.

O machado é quem agoa
A plantação da Ribeira
Enchendo poço,  lagoa,
Açude e cachoeira.
Quando desce aquela enchente
O povo fica contente
Vendo o roçado Molhado.
Zé Inácio no Serrote,
Enchia cabaça e pote
COM AS ÁGUAS  DO MACHADO.

Sua água quando desce
Seguindo naquela trilha
A gente olhando parece
Com a oitava maravilha.
As águas vão aumentando
E os meninos preacando
Deixando os pais com cuidado.
Na ribanceira uma pluma,
Formada pela espuma
DO RIACHO DO MACHADO.

O riacho segue adiante
Com força de furacão
Passa em roçado e vazante
Molhando aquele sertão.
Assim que começa o dia
Alimenta a fantasia
De um menino danado.
Que dando uma de artista,
Olha as moças da Boa Vista
SE BANHANDO NO MACHADO..

Vai seguindo pela margem
Sem precisar motorista
Já passou pela Barragem
E o  sítio Boa Vista.
Agora tem o prazer
De ser o primeiro a ver
O quadro mais cobiçado.
As moças do Sanharol
De maiô tomando sol
NAS AREIAS DO MACHADO..

O riacho tem história
Para contar no presente
É só puxar a memória
Dessa nossa boa gente.
Sua água já lavou
A mentira que ficou
Que Jesus foi intimado.
Padre Otávio a muitos anos
Batizou paroquianos
COM AS ÁGUAS DO MACHADO..

Os banhos da Ipueira
Ou da ponte lá  dos Grossos
É maior brincadeira
Para os conterrâneos nossos.
É bem verdade o perigo
Aquele mais atrevido
É bom que tenha cuidado.
Mas os que lá se afogaram,
Lá do céu já perdoaram
O RIACHO DO MACHADO

O machado foi quem deu
O nome para o seu vale
Quem a história aprendeu
É bom que nunca se cale.
Ele é parte da cultura
Também da agricultura
Desde outro tempo passado.
Basta lembrar um segundo.
Que também Papai Raimundo
TOMOU BANHO NO MACHADO..

Alimentou nosso irmão
Com traíra e com piau
Ajudou o cidadão
Também no artesanal.
Eu me lembrei nesta rima
Que até matéria prima
Por ele não foi negado.
Zé negrão sempre fazia,
O barro da olaria
COM AS ÁGUAS DO MACHAD.

Tá presente ao alimento
Da nossa população
Chega até com cem por cento
Na lavoura do feijão.
Também aumenta a fartura
Na latada de verdura
E molha o pasto do gado.
Até no baião de dois
Da boa terra do arroz
TEM DA ÁGUA DO MACHADO.

Até quem está distante
Do Machado não esquece
A lembrança é uma constante
A saudade sempre cresce.
A gente vê o riacho
Correndo de leito abaixo
Sonhando mesmo acordado.
Eu estou em Fortaleza,
Mas não esqueço a pureza
DO RIACHO DO MACHADO

Quando se fala em turismo
Só pensam no litoral
É a indústria do egoísmo
Defendendo o seu real.
É um povo sem noção
Que não conhece o sertão
E só ver o outro lado.
Mas um dia eu vou levar,
Meus amigos pra olhar
O MEU VALE DO MACHADO.

Bezerra de Morais
Fortaleza  -  Ceará

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