PROEZA DO PRIMO CASCUDO
João Morais, meu conterrâneo, primo e amigo de saudosa memória estava construindo uma casa na praia do Pecém e levou de Várzea-Alegre os senhores Batista e Cascudo para trabalharem nos acabamentos.
Durante quase um ano permaneceram no Pecém sem nenhuma viagem a terrinha. Terminado o serviço, Joãozinho fez as contas, somou a estas uma boa gratificação e entregou o patuá a cada um. Saíram do Pecém para Fortaleza, onde, a noitinha, voltariam no ônibus da Empresa Rápido Jaguaribe para Várzea-Alegre.
Nesse percurso inicial o ônibus estava superlotado e Cascudo com as mãos levantadas segurando nas barras de colocar as bagagens e os bolsos a solta a disposição dos gatunos gritava para Batista que cambaleava de um lado para o outro, mas não tirava as mãos de cima dos bolsos: Batista! Cuidado pra não ser roubado.
Repetia com todo pulmão: Batista cuidado pra não ser roubado! E nessa historinha, quando menos se espera o Cascudo gritou mais alto que das outras vezes: Batista! Eu fui roubado. O tempo fechou. O carro foi levado para delegacia. O delegado ficou na porta junto com Cascudo que podia ter alguma idéia de quem pudesse ser o surrupiador.
Quando apareceu um sujeito o Cascudo encarou e disse: foi você! Abufelou-se ao camarada e saíram bolando pelo chão. O delegado deu voz de prisão para os dois. Depois da devida averiguação o dinheiro foi encontrado na bolsa do suspeito que foi encaminhado ao xadrez da delegacia. O delegado era amigo de João Morais e quando soube que Batista e Cascudo eram funcionários dele disse para dois: liguem para o Joãozinho Piau que eu solto vocês.
Cascudo com sua autenticidade respondeu: ligo não, quando você prendeu não foi preciso ligar. Agora solte. O delegado usou do bom censo e liberou Batista e Cascudo, graças a Deus com a verba fruto do trabalho de um ano de serviços.
Blog do Sanharol
Tá muito bom o blog, dou risada demais.
ResponderExcluirPassaria a noite toda aqui, lendo e rindo com essas estórias. Mas o dever me chama.
ResponderExcluirGostei muito do blog