VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Memórias de nossa gente VI - Memória varzealegrense

Padre Vieira e Marta Bitu - Foto do arquivo particular da Escola Antão Leandro Bitu no Sanharol

Vendo esta foto da celebração do Padre Vieira no Sanharol, lembrei-me deste texto escrito por A. Morais sobre apanha de arroz em adjuntos. A moqueca que trás à mão por  Marta Bitu era  símbolo da nossa "Terra do arroz".

Um texto que resgate a historia dos adjuntos de apanha de arroz em Várzea-Alegre, e, em especial do Sanharol.

Antes porem, eu quero escrever algo que traga alguns dados a respeito do tema. Nas decadas de 40, 50, 60 e 70 a principal atividade de nossa terra era a cultura do arroz, fato que levou a torna-la conhecida mundo a fora como terra do arroz. Nos anos bons de inverno, na época da colheita, a ribeira era transformada em verdadeiras festas. 

O numero de trabalhadores de cada adjunto era proporcional a produção, e, as diárias não tinham custos, no máximo, eram trocadas de uns para outros adjuntos. O arroz era colhido cacho por cacho fechado na mão num molho denominado moqueca. 

No fim do dia o arroz era juntado num monte denominado de Pote. Havia quase que um desafio entre as partes: os trabalhadores lutavam e tudo faziam para comer a comida toda, fato conhecido a época por "armar a arapuca". 

Já o dono do adjunto tudo fazia para não permitir tal desfeita. Não há registro que tenham armado a arapuca em adjuntos no Sanharol. Depois do jantar era servido uma sobremesa, uma comida típica conhecida por arroz doce, uma mistura de arroz, rapadura, midubim, leite, erva doce, cravo etc. 

Vi camarada comer três pratos fundos desta mistura de sobremesa. Depois da sobremesa a alegria tomava conta de todos: Jogavam maneiro pau e cantavam toadas, cortavam tesoura e faziam outras estripulias. Os adjuntos eram marcados de modo que não coincidissem com outros, para facilitar a presença de todos.


Blog do Sanharol

5 comentários:

  1. Padre Vieira, saudades.

    Uma lembrança muito boa ver essa moqueca na mão dessa senhora na foto, e o texto diz tudo mesmo sobre os adjuntos, sobre a apanha de arroz. A moqueca de arroz lembra os tempos dourados de uma fartura muito grande de arroz e uma saudade imensa da nossa "TERRA DO ARROZ" - Tempo que não volta nunca mais, acabou o arroz, ta acabando a terra do arroz......

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    1. para um nordestino nato essa postagem pegou pesado, essa moqueca de arroz trás muita saudade das velhas apanha de arroz. padre vieira deve ter se orgulhado muito de ter recebido essa moqueca.

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  2. Nossa que saudade que deu agora do sanharol, dessas moquecas de arroz, eu contava e ajudei muito a colocar em saco pra transportar até a calçada da casa para secar e bater e depois sacudir. Lembro de tudo.

    Agora me deu foi uma vontade das grande de comer um arroz doce desses.

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    1. É Didi realmente quem conhece dar saudades mesmo. Obrigada pelo acesso

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