SÃO COISAS DO MEU TORRÃO.
Respondendo ao poeta Gean, conforme ele pediu.
Gean Claude foi passar
As férias na nossa terra,
Viajou fazendo guerra
Sem dinheiro pra gastar.
Na bagagem um celular
No bolço nem um tostão,
Podia faltar razão
Mas não faltava bebida.
Essas histórias de vida
SÃO COISAS DO MEU TORRÃO.
Chegando de madrugada
Não encontrou nada aberto,
Nem mesmo o bar de Alberto
Pra tomar uma lapada.
Mas não desistiu por nada
Desceu lá do calçadão,
Com a mochila na mão
E foi bater no Mercado,
Para deixar registrado
AS COISAS DO MEU TORRÃO.
Na chegada do mercado
Já fica logo bebendo,
Só ele fica sabendo
Que vai ficar pendurado.
Mas vai pedindo fiado
Depois chama Luizão,
Para cantar um baião
E a conta vai aumentando.
Só Gean fica gostando
DAS COISAS DO MEU TORRÃO.
Deixa a conta pendurada
E segue pra padaria,
Pega lá a mincharia
Vola na mesma pisada.
Mas avista na calçada
Dr. Carlos seu irmão.
Diz: - Carlinos não vá não
Contar isso pra Senhor.
Isso aqui é só humor
DAS COISAS DO MEU TORRÃO.
Na busca pela bebida
Vai parar em Dakson Aquino,
Diz: - Eu sei que esse menino
Tem cana boa escondida.
O gosto da minha vida
É conhaque de alcatrão,
Misturado com limão
Sem ser preciso eu pagar.
Se outro dia eu voltar
VOLTO PRA ESSE TORRÃO.
A Gean foi perguntado
Se o Mundim, tinha visto,
Disse: - Vi igual a Cristo
Com um ladrão de cada lado.
Ele tava no mercado
Com um gravador na mão,
Para gravar um mourão
Da dupla de violeiro.
Se ele ficar sem dinheiro
SÃO COISAS DO MEU TORRÃO.
Mundim do Vale.