VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

sábado, 2 de março de 2013

ATENTADO AO PUDOR - Por Mundim do Vale

TERREIRO  DE  GALO  GRANDE.

Zé do Crato, ( Já não precisa mais dizer a naturalidade dele ) Chegou em Várzea Alegre por volta de 1948, conforme a fonte que me informou. Pequeno, magro e ágil, era a figura de um toureiro.
Zé pediu emprego ao meu avô Joaquim Piau no serviço do roçado e foi logo admitido. Era ele o que mais produzia; Trabalhava muito e conversava pouco, mas nunca ninguém viu ele rezar um Padre Nosso antes de dormir. Passava de domingo a sábado na Vazante e só no sábado de noite sai para a rua e só retornava no domingo. Já estava com três meses nessa rotina, quando aconteceu esse causo.
Zé saiu no sábado de noite para a rua e lá chegando tomou umas cachaças. Uma hora lá meu tio Zé Piau encontrou-se com ele e falou:
- Zé do Crato. Vamos subir !
- Não. Eu só vou amanhã, pruque eu tem umas coisa prumode resover.
No domingo cedinho meu avô estava fechando um cigarro de fumo, quando ouviu um barulho de animal no terreiro. Foi até uma janela e viu que o cavaleiro era seu primo Matias, delegado civil de Várzea Alegre.
Logo que Matias viu Joaquim Piau foi logo dizendo:
- Primo eu preciso falar com você.
- Pois não. Amarre o cavalo na cerca e suba para tomar café com cuscuz. O delegado tomou o café e logo que acabou disse:
- Primo. O assunto é sobre Zé do Crato. Ele ontem de noite tava puxando fogo e não teve o que fazer, ficou naquela praça do lado da casa de Adélia Pimpim, fazendo esculhambação, descia as calças  e ficava com os documentos de fora. Eu só não vou botar ele na cadeia, em consideração a você.
Meu avô agradecido falou:
- Primo eu agradeço a sua atenção  e lhe asseguro que a partir de hoje Zé do Crato não trabalha mas na Vazante.
Logo que o delegado saiu, chegou Zé com uma malota da mão.
O patrão disse:
- Zé. Eu preciso falar com você. Eu estive conversando com Matias e ele me contou que você andou fazendo esculhambação na rua. O que você fez é atentado ao pudor, dar cadeia.
O empregado interrompeu:
- Eu sei, Seu Piau, Máis eu quiria qui o sinhor iscutasse eu. O siguinte é esse; É divera qui eu tava fazendo aquilo, máis ninguém via não, pruque era tarde da noite. Só quem via mermo era a impregada de Dona Adélia. Todo sabo qui eu chegava lá, ela dicia pru quintal e ficava arreparando eu amostrar. Máis quando foi onte qui eu amostrei, foi qui eu dei fé qui seu Matia tava nu máis ela dento do quintal.
Máis eu vou simbora Seu Piau. Pruque im terreiro qui tem galo grande, buguelo piqueno num se mete a besta.
Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário:

Postar um comentário