VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

sábado, 30 de março de 2013

029 - Nossas Histórias - Memória varzealegrense.


Em 1914, quando a coisa descambou para a anarquia e desordem, no cariri, os fazendeiros tiveram que abandonar suas propriedades e procurar abrigo noutras regiões. Gabriel de Morais Rego e o seu genro Macário Vieira de Brito foram para Várzea-Alegre e se arrancharam na casa de minha besavó Isabel de Morais Rego, irmã de Gabriel. José Augusto de Lima Siebra ficou na Malhada, mas quando a coisa apertou de tudo, resolveu ir também para Várzea-Alegre na companhia da família e de um amigo conhecido por Mariano.
Na hora da partida, o poeta fez esta quadrinha:

Mariano, corre na frente
Que eu corro logo atrás,
Corremos Mariano!
Assim é que os homens faz.

Os homens em referencia eram Gabriel e Macário que há tempos haviam arribado. Quando voltou a normalidade todos retornaram as suas fazendas e as encontraram destruídas, queimadas e saqueadas. Certo dia receberam um bilhete do Padre Cícero convidando-os para uma conversa. Em lá chegando Padre Cícero pediu que levantassem os prejuízos para serem ressarcidos. 

Gabriel de Morais Rego era destemido, homem de fibra, e, no ato respondeu: o Senhor não pode ressarcir nossos prejuízos, mesmo que queira, porque a coisa de maior valor que perdemos foi a criada Teresa morta e queimada pelos jagunços. O padre Cícero se limitou a dizer: quem fez isto será amaldiçoado até a décima geração. Gabriel de Morais Rego morreu em 1919 em Crato, sem antes deixar de pedir aos seus descendentes que batizassem uma filha com o nome de Teresa em homenagem a Dona Teresa, morta de forma cruel na invasão da fazenda. Gabriel foi sepultado no Cemitério Nossa Senhora da Piedade.

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