Em 1914, quando a coisa descambou para a anarquia e desordem, no cariri, os fazendeiros tiveram que abandonar suas propriedades e procurar abrigo noutras regiões. Gabriel de Morais Rego e o seu genro Macário Vieira de Brito foram para Várzea-Alegre e se arrancharam na casa de minha besavó Isabel de Morais Rego, irmã de Gabriel. José Augusto de Lima Siebra ficou na Malhada, mas quando a coisa apertou de tudo, resolveu ir também para Várzea-Alegre na companhia da família e de um amigo conhecido por Mariano.
Na hora da partida, o poeta fez esta quadrinha:Mariano, corre na frente
Que eu corro logo atrás,
Corremos Mariano!
Assim é que os homens faz.
Os homens em referencia eram Gabriel e Macário que há tempos haviam arribado. Quando voltou a normalidade todos retornaram as suas fazendas e as encontraram destruídas, queimadas e saqueadas. Certo dia receberam um bilhete do Padre Cícero convidando-os para uma conversa. Em lá chegando Padre Cícero pediu que levantassem os prejuízos para serem ressarcidos.
Gabriel de Morais Rego era destemido, homem de fibra, e, no ato respondeu: o Senhor não pode ressarcir nossos prejuízos, mesmo que queira, porque a coisa de maior valor que perdemos foi a criada Teresa morta e queimada pelos jagunços. O padre Cícero se limitou a dizer: quem fez isto será amaldiçoado até a décima geração. Gabriel de Morais Rego morreu em 1919 em Crato, sem antes deixar de pedir aos seus descendentes que batizassem uma filha com o nome de Teresa em homenagem a Dona Teresa, morta de forma cruel na invasão da fazenda. Gabriel foi sepultado no Cemitério Nossa Senhora da Piedade.