Antônio e Ribamar de seu José Budu, na seca de 1958 resolveram viajar em busca de socorro, de melhorias, visto que não colheram nada das lavouras plantadas na Serra da Macambira e, não lhes restavam outras opções.
Venderam os últimos terém, e, com os parcos recursos conseguidos partiram no rumo da venta a procura de trabalho e salvação.
Quando chegaram em terras do Pará o dinheiro acabou, a necessidade aumentou e a saudade de casa também, visto nunca haverem arredado os pés da terrinha.
Cada dia que passava era um suplicio. Lisos, sem perspectiva de arranjar emprego nem esperança de voltar para o seio da família. Um dia, chegou um circo na cidade em que se encontravam. Antônio, o mais velho, chamou o irmão e foram procurar emprego no circo.
Em vão, o dono do circo dizia que já tinha a equipe completa. Ofereceram-se para trabalharem pela bóia e, pela carona nos deslocamentos do circo mundo a fora, quem sabe, um dia chegariam a Várzea-Alegre.
Por fim foram aceitos, e, o dono do circo entregou uns tornos de ferro e uma marreta e mandou que fossem enfiando para depois amarrarem as cordas da empanada do circo.
Ribamar segurava o torno e Antônio batia batia com a marreta. Determinado momento, o dono do circo foi olhar se o serviço estava saindo a contento.
Encontrou Ribamar dando pulos mortais pra diante e pra traz. Admirado com a habilidade artística disse: rapaz, você não é pra trabalhar aí não, você é um artista, você deve trabalhar no picadeiro!
Antônio Budu explicou as razões dos pinotes de Ribamar dizendo: Seu Zé, é que a marreta escapuliu do cabo e acertou no saco dele.