Quem é do Sanharol já ouviu falar no Sitio Garrote. Dizia o meu pai que a festa de Nossa Senhora da Paz do sitio Garrote era festejada igual a de São Raimundo Nonato na sede urbana do município. O sitio pertencia a Pedro Alves de Morais, Pedrinho do Sanharol, meu bisavô. Moravam no local Mariana de Morais Rego irmã e sogra do Pedrinho e mais algumas famílias agregadas. No lugar só existem hoje os pés de cajarana e alguns resquícios de torrões, cacos de telhas e nada mais.
Um dos filhos de papai Raimundo, que não vou revelar o nome, para evitar pendengas, teve um chamego com uma filha de um morador. Entre as promessas de conquistas estava um presente de um garrote. Quando a chama do romance se apagou, pouca gente havia tomado conhecimento do caso.
O cidadão tinha em sua residência, pendurado na alpendrada da casa, uma cabaça cortada um pouco acima do meio. Utensílio que há época se denominava cumbuca. Guardava, na mesma, objetos como ferramentas, grampos de cerca, pregos etc.
Um dia a esposa foi procurar um prego para colocar um santo na parede e deu conta de um bilhete dizendo: Me pague o garrote que você me prometeu! Quando o velho sentou na mesa para almoçar, a esposa falou: Porque você não paga o que está devendo? Ele respondeu: E eu devo nada a ninguém? Deve sim, pague o garrote que você prometeu a fulaninha! Acrescentou a mulher muito aborrecida.
O velho, mais ajuizado e cordato perguntou: e como foi que você soube desta historia? Ela em cima da bucha respondeu!Vi um bilhete junto com suas coisas! E o velho encerra o conversa dizendo: E o que você queria mexendo na minha cumbuca? A historia se espalhou e o nome pegou. Ainda hoje o local, embora desabitado, é conhecido por Garrote