VÁRZEA ALEGRE TERRA DOS CONTRASTES - Mundim do Vale
Localizada no centro sul do estado do Ceará ficou conhecida no Brasil inteiro depois do musical Contrastes de Várzea Alegre, interpretado por Luiz Gonzaga e composto por Zé Clementino. Cidade que foi tema de um documentário da Rede Globo de Televisão, por ser uma cidade alegre, fazendo assim jus ao seu nome. Cidade que por brincadeira de um grupo de agricultores do sítio Roçado de Dentro, deu partida no samba, para ser hoje, com duas escolas, MIS e ESURD, detentora do melhor carnaval do interior cearense, atraindo turista do estado e do país. Cidade de um povo que transformas as adversidades em causos humorísticos. Cidade que Jesus foi intimado, que o padre era casado, que o sobrado é no oitão, que Telha Quebrada é filho de Zé Goteira e um cego da Boa Vista morreu afogado na Lagoa Seca. Cidade que aparece nos sonhos dos seus filhos que estão ausentes, mas não esquecem jamais. Várzea Alegre dos grandes adjuntos da colheita do arroz, animados pelo grupo de Maneiro Pau e a Banda Cabaçal. Várzea Alegre que quando os filhos que estão distantes se encontram dizem:
- Ou Várzea Alegre boa só é longe! Várzea Alegre que Manoel Cachacinha criou o slogan “Várzea Alegre é natureza! E para finalizar, Várzea alegre é a cidade que só nos deixa tristes quando estamos distantes.

terça-feira, 12 de março de 2013

Sangraram Compadre Louro - Por Mundim do Vale.


SANGRARAM  COMPADRE  LOURO.

O sítio Vaca Brava, no município de Cedro – Ceará, era conhecido
na região como um lugar pra frente, as garotas eram avançadas ao ponto de gerarem conflitos com aqueles mais retrógrados.
O repentista Louro Branco, sempre fazia cantorias por lá e ficou bastante conhecido na região.
O promotor das cantorias  tornou-se tão amigo do poeta, que chegou a convidá-lo para ser padrinho de um filho seu. O garoto foi crescendo e logo aprendeu a tocar viola. Talvez influenciado pelo pai e o padrinho, tornou-se um violeiro repentista.
Para a festa de 15 anos do garoto, o pai programou uma grande cantoria de padrinho e afilhado. Mandou anunciar nas cidades vizinhas e no dia do evento, abateu bois, porcos, carneiros e galinhas para os convidados.
A cantoria foi marcada para às 14:00 Horas, mas o padrinho atrasou e como os convidados estavam impacientes, o anfitrião mandou tocar um forró, enquanto o poeta chegava. E o forró truou na casa.
Por volta das 17:00 Horas, o promotor da cantoria ficou na calçada, preocupado com o atraso da grande atração da festa, De repente surgiu um Volkswagen na estrada e ele falou:
- É o carro de cumpade Louro !
E era mesmo. Louro Branco estacionou o carro no no terreiro e foi descendo vestido de terno branco e gravata vermelha. Como já estava escurecendo, o anfritião olhou assustado e gritou:
- Me valha meu Padim Ciço ! Sangraro cumpade Louro.
Louro Branco subiu a calçada com a viola já afinada e quando passava na janela, deu uma olhada disfarçada para o salão e balançou a cabeça de forma negativa. Naquela rápida olhada ele viu os casais soados e tão agarrados, que mais parecia um cadeado dentro de outro.
O dono da casa mandou fechar a harmônica e já mandou os violeiros começarem. É costume uma cantoria começar pelo poeta do lugar, mas como Louro Branco era o padrinho do garoto foi ele quem iniciou a cantoria.
Antes do garoto sentar Louro Branco começou com uma sextilha:
“ Vim cantar na Vaca Brava
Encontrei foi uma dança,
Rapaz com moça dançando
Ralando pança com pança,
Eu nunca vi Vaca Brava
Com tanta garrota mansa.

Fonte: Poeta Souza Sobrinho, de saudosa memória.


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