Já contei algumas proezas do Antonio Budú. Por certo já sabemos que era um tanto quanto exagerado, tudo dele era muito. No ano de 1976 ele botou uma roça na Boagua e o ano foi chuvedorzinho e em Junho era gerimun na roça que não havia quem desse vencimento. Antonio ouviu dizer que em Juazeiro vendia tudo que fosse exposto à venda e alugou o caminhão do Miguel Marcelo encheu de gerimum e partiu para o Mercado do Pirajá.
Animado com a venda mandou o Miguel buscar outra carga. Por volta do meio dia Antônio estava com os bolsos arrotando dinheiro, pra lá de “tres mil real” dizia ele se pabulando. Quando restavam apenas os que apresentavam algum defeito, banda murcha ou amarelada pelo sol, Antônio chamou uma caboquinha que possuía uma venda próxima e fez uma proposta: Venda este resto de jerimum que te dou uma boa gratificação. Mas, seu Antônio eu não tenho costume com comercio de jerimum não desculpou-se o cabocla. Antônio insistiu fique aí que eu vou tomar uma cerveja naquele bar ali na frente, qualquer duvida você vai lá.
Antônio chegou ao bar pediu uma cerveja e por arte do diabo Zé de Chicão passava com sua sanfona acompanhado de um zabumbeiro e um trianguista e Antônio empreitou para tocar o resto da tarde. Começo a juntar gente e em pouco tempo estava fervendo de caboclas dançando soltas, animadas que só pinto em monturo. Um sujeito mal encarado se aproximou do resto dos jerimuns e pergunta para a encarregada da venda: você me vende uma banda desse jerimum? A cabocla pediu que aguardasse por que precisava consultar o proprietario.
Partiu para o bar e não percebeu que fora seguido pelo valentão mal encarado. Chegando lá lascou: seu Antônio tem um “féla da puta dum corno” querendo comprar uma banda de um jerimun, eu posso vender? Quando olhou pra trás o cabra estava fungando no pé do seu cangote – Então ela disse: Eu vou vender porque esse cidadão aqui compra a outra banda!